Por Lucas Kurz
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Há meses em crise pela falta de anestesistas, o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel) vê uma luz no fim do túnel para tentar, enfim, resolver a situação. A Prefeitura de Pelotas acenou com a possibilidade de contratar os médicos, enquanto a Associação de Municípios da Zona Sul (Azonasul) indicou apoio para pressão política em Brasília, bem como a possibilidade de bancar, via seu consórcio, uma forma de contratação. Enquanto isso, a instituição segue com dois editais em aberto, aguardando interessados.

Na quinta (23) e sexta-feira, reuniões abriram essas possibilidades no horizonte da universidade. A primeira contou com os prefeitos Paula Mascarenhas (PSDB), de Pelotas, e Douglas Silveira (PP), de Cerrito, até então presidente da Azonasul. O déficit de profissionais e a interferência que isso causa na prestação de serviços foi o tema central da discussão. Diante disso, Paula indicou a possibilidade de ofertar contrato emergencial e temporário para manutenção dos serviços. Questionada pelo DP sobre como se daria esse processo, a Prefeitura informou que formatos viáveis tecnicamente ainda estão sendo estudados. O período seria de até três meses para suprir a demanda inicial e mais urgente.

Na sexta, a assembleia da Azonasul (confira mais na página 12) levantou a possibilidade de buscar, via consórcio dos 22 municípios, empresa que preste o serviço. "A reunião foi super proveitosa. Eles se colocaram à disposição para irem conosco ao Ministério da Educação, Ebserh e ao Ministério da Saúde para levar essa demanda e esse problema, porque é um problema de saúde pública", aponta a reitora da UFPel, Isabela Andrade. O HE é referência em diversas áreas médicas, prestando atendimento 100% via Sistema Único de Saúde (SUS).

Desdobramentos em protestos
O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) em Pelotas, Marcelo Sclowitz, diz que os diálogos para viabilizar a manutenção dos atendimentos e cirurgias prioritárias foram positivos ao longo da semana. Segundo ele, com a redução do atendimento em maternidade em horários de cirurgias gerais, será possível manter ambos os serviços sem afetar exageradamente a população e os acadêmicos. Um dos residentes da Pediatria, um dos três grupos de alunos em greve, informou à reportagem que eles devem retornar ao trabalho na segunda-feira. Já os alunos da Ginecologia e Obstetrícia devem decidir em breve se também retornam. Por sua vez, a Cirurgia Geral segue com indicativo de fechamento da residência.

Contratação segue em aberto
A UFPel segue com processo seletivo simplificado para contratar anestesistas, que foi reaberto. As inscrições podem ser feitas até o dia 7, com previsão de divulgação do resultado em 15 de março. A ficha de inscrição e os editais estão disponíveis em bit.ly/selecao-heufpel. Além disso, também foi estendido o prazo para inscrições na licitação que visa contratar empresa de anestesiologia. A licitação via pregão eletrônico prevê a contratação do serviço por um ano, que pode ser prorrogado em até 60 meses. A abertura da sessão pública será no dia 13 de março. Informações e inscrições também podem ser acessadas no site do hospital.